Médicos denunciam demissões injustificadas e perseguição em Bogotá: "Médicos e especialistas estão sendo demitidos em várias clínicas e hospitais."
A Associação Médica de Cundinamarca e Bogotá alertou em 23 de outubro sobre uma grave crise trabalhista no setor de saúde da capital, incluindo demissões em massa, assédio sindical e deterioração das condições de trabalho para médicos e especialistas em diversas instituições.
A presidente do sindicato, Clemencia Mayorga, informou que ela e outras organizações sindicais visitaram a Diretoria Territorial do Ministério do Trabalho na manhã de hoje para registrar denúncias e solicitar medidas urgentes.
Segundo Mayorga, "em várias clínicas e hospitais de Bogotá, clínicos gerais e especialistas estão sendo demitidos sob o pretexto de supostos acordos mútuos, em detrimento de suas condições de trabalho anteriores e violando os direitos de associação e negociação coletiva".

Clemencia Mayorga, pediatra e presidente da Associação Médica de Cundinamarca e Bogotá. Foto: Academia Nacional de Medicina
A médica descreveu a situação como um "massacre no local de trabalho" e pediu a intervenção direta do Ministro do Trabalho, Antonio Sanguino, para interromper as demissões. "Esperamos medidas urgentes e eficazes para pôr fim a esta situação, que afeta gravemente médicos e profissionais de saúde", afirmou.
Mayorga também alertou que os médicos "não devem assinar mudanças em suas condições de trabalho sem consulta prévia" e anunciou a criação de um grupo de trabalho de emergência para atender às reclamações e reivindicações dos profissionais afetados.
Entre os casos mais graves, ele mencionou que "56 médicos especialistas foram trancados no auditório da Clínica San Rafael e pressionados a assinar supostas demissões voluntárias". Ele também mencionou demissões no IPS Cafam Calle 51 e denunciou "perseguição a líderes sindicais" nas sub-redes de saúde da cidade.
Carta à Procuradoria-Geral da República e à Ouvidoria: demissões e assédio sindical na Clínica San Rafael Além das denúncias apresentadas pela Associação Médica, o Sindicato dos Trabalhadores do Hospital Universitário San Rafael (Asintraf) enviou uma carta à Procuradoria-Geral da República, à Defensoria Pública e ao Ministério do Trabalho solicitando intervenção urgente para proteger o direito fundamental à associação sindical.
O documento, assinado pelo presidente da Asintraf, Alonso Marrugo Guardo, descreve uma série de fatos que, segundo o sindicato, constituem uma política sistemática de retaliação e perseguição sindical desde que a empresa Steward Colombia assumiu a gestão do hospital.

Hospital e Clínica Universitária de San Rafael. Foto: Hospital e Clínica Universitária de San Rafael.
Entre as reclamações está a não renovação dos contratos dos trabalhadores que se filiaram ao sindicato, apesar de seus serviços ainda serem requisitados pela instituição. Até o momento, neste ano, a carta detalha que pelo menos seis médicos e trabalhadores foram demitidos após se filiar, enquanto outros foram pressionados a trocar seus contratos permanentes com salários integrais por contratos baseados em trabalho ou mão de obra, a fim de terceirizar serviços de saúde.
"A Asintraf afirma que os médicos que se recusaram a assinar os novos contratos foram demitidos sem justa causa ou foram vítimas de assédio no local de trabalho", afirma o documento. Segundo a Asintraf, em janeiro, 54 especialistas se filiaram ao sindicato em busca de apoio, mas vários de seus líderes foram demitidos "sem justa causa", apesar de terem imunidade circunstancial devido a uma disputa de negociação coletiva.
O sindicato também informou que, em 8 de setembro, a direção do hospital violou as fechaduras e desocupou o escritório da Asintraf, removendo seus arquivos e pertences sem autorização. Segundo o comunicado, "documentos confidenciais e fundos de caixa foram armazenados nas instalações", e o ato teria sido realizado "sem ordem judicial ou a presença de líderes sindicais".

Líderes do sindicato dos trabalhadores e da Associação Médica de Bogotá e Cundinamarca. Foto: Associação Médica de Bogotá e Cundinamarca.
A organização sindical descreveu o incidente como um "ato de perseguição e abuso institucional", além de uma violação direta do direito de associação, já que o uso do escritório foi reconhecido por uma sentença arbitral de 2013 que obrigou o hospital a garantir o espaço.
Por fim, Asintraf observou que, em 1º de outubro, mais de 30 especialistas médicos foram demitidos, incluindo cirurgiões, anestesistas e pediatras, levando ao colapso dos serviços de emergência e ao cancelamento de cirurgias e clínicas ambulatoriais.
"Esses eventos demonstram como a direção da Clínica do Hospital Universitário San Rafael está realizando ações que afetam e violam o direito fundamental à associação sindical", conclui a carta, que foi protocolada nos três órgãos de fiscalização, juntamente com anexos.
A Associação Médica informou que a Direção Territorial de Bogotá do Ministério do Trabalho recebeu as evidências e que inspeções sem aviso prévio serão realizadas nas instituições denunciadas nos próximos dias.
"Pedimos que a imprensa acompanhe essas visitas", disse Mayorga, que reiterou que os profissionais de saúde estão enfrentando uma situação crítica que exige intervenção imediata.
Nem a Clínica San Rafael nem a Steward Colombia emitiram ainda uma resposta pública às acusações.
Jornalista de Meio Ambiente e Saúde
eltiempo
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